Colunista da Rede Globo repõe a verdade, citando que as terras acima de 100 hectares serão vendidas e que a maioria dos beneficiários são pequenos posseiros e não grileiros
BRASÍLIA (26/05) - A jornalista Miriam Leitão corrigiu hoje, na edição do programa "Bom Dia, Brasil", da Rede Globo. informações distorcidas que havia veiculado no dia 14/05 sobre a Medida Provisória 458, dando conta de que a MP iria beneficiar apenas grileiros e que todas as terras da União atingidas seriam doadas a eles.
As incorreções foram veiculadas um dia depois da aprovação da MP na Câmara, com o apoio de representantes de todos os partidos e dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e do Meio Ambiente, Carlos Minc. No mesmo dia da publicação equivocada, o relator da MP 458 na Câmara, deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), encaminhou o seguinte e-mail à jornalosta solicitando a correção:
A MP 458 É PARA BENEFICIAR PEQUENOS POSSEIROS
Prezada jornalista Miriam Leitão,
A propósito de seus comentários veiculados hoje (14/05/09), no programa “Bom Dia, Brasil”, sobre a Vigília pela Amazônia e a Medida Provisória 458, aprovada ontem (13/05/09) na Câmara dos Deputados, como relator da matéria tenho o dever de prestar à opinião pública os seguintes esclarecimentos:
1) A MP 458, transformada em projeto de conversão que foi aprovado sem alterações ontem pela Câmara dos Deputados, destina-se a regularizar cerca de 400 mil imóveis ocupados em terras da União na Amazônia Legal.
desses ocupantes não são grileiros. São cidadãos brasileiros, a maior parte deles atraída para a região por um convite oficial do governo, durante o regime militar, nas décadas de 70, com o lema “Integrar para não entregar” e “Homens sem terra para terra sem homens”. Lamentavelmente, os convidados não foram bem recebidos por quem os convidou – o Estado brasileiro, por omissão ou ausência.
Estou à sua disposição para prestar os esclarecimentos devidos.
Atenciosamente,
ASDRUBAL BENTES
Deputado Federal
"A medida provisória 458 vai provocar ainda muita polêmica. Os imóveis que serão doados são apenas os pequenos, até cem hectares. Até 400 hectares, serão vendidos a preços simbólicos. Daí até 1,5 mil hectares serão vendidos pelo governo. A que preço? Os defensores da MP dizem que é a preço de mercado. Mas não haverá licitação.
O deputado Asdrubal Bentes, relator da MP na Câmara, disse, em e-mail para cá, que a grande maioria dos beneficiados não é de grileiro. Segundo ele, são cidadãos que foram para lá atraídos pelo próprio governo no regime militar e depois abandonados. Detalhe: a MP beneficia quem ocupou a terra até dezembro de 2004, bem depois do fim do regime.
A senadora Marina Silva tem dito que a MP legaliza a grilagem e coloca a Amazônia em risco. Um dado revelador da ex-ministra: as pequenas propriedades são 80% das beneficiadas mas ficarão com apenas 11,5% das terras. Os imóveis médios e grandes são 20%, mas têm 88,5% da terra. A briga sobre essa MP vai continuar porque agora está no Senado e a relatora será a senadora Katia Abreu, líder dos ruralistas. " (Ascom/Deputado Asdrubal Bentes - (061) 3215 5410/3410)
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